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Wednesday, January 22, 2025

Polícia prende, mas legislação ultrapassada solta: o retrato da criminalidade no Rio

Em meio a uma guerra entre facções que há mais de um ano atormenta Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, trouxe à tona uma questão que não pode mais ser ignorada: o esforço incansável das forças policiais esbarra em uma legislação que simplesmente não acompanha a gravidade dos crimes.

“A polícia tem feito o trabalho dela no sentido tanto da parte de repressão por conta da polícia militar e também das investigações. A gente acha que, se a gente conseguir chegar até esse braço financeiro, a gente consegue dar uma freada nessa guerra e disputa de territórios”, afirmou o secretário em entrevista ao RJ2 nesta segunda (6), apontando o caminho para enfraquecer as organizações criminosas.

Santos ressaltou que a polícia está próxima de alcançar o núcleo financeiro dessas facções, mas que o problema vai além do combate direto. “Falta muito pouco, falta muito pouco, o trabalho da polícia vem sendo feito, como eu falei aqui, são 43 mil presos no sistema penitenciário. A polícia prendeu no ano passado 36 mil criminosos. Para onde foram os criminosos? Eles não ficam presos”, desabafou.

O relato de Victor Santos expõe uma realidade dura: enquanto a polícia militar e civil realizam prisões em massa e desarticulam redes criminosas, a Justiça não consegue manter os criminosos atrás das grades. É como se o trabalho das forças de segurança fosse constantemente neutralizado por brechas legais e decisões que priorizam a reinserção a qualquer custo, mesmo em casos de alta periculosidade.

A situação de Vila Isabel é apenas um reflexo de um problema maior. Sem uma reforma urgente nas leis penais e na política de encarceramento, o ciclo de violência continuará se perpetuando. Facções se reorganizam, territórios são retomados, e os moradores permanecem reféns de um sistema que, apesar do esforço policial, não consegue garantir segurança real e duradoura.

Enquanto criminosos são soltos pela fragilidade do sistema, quem paga o preço são as comunidades, que vivem sob o domínio do medo e da violência.

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