Com informações do Tempo Real. A comissão especial que discute a regulamentação de aluguéis de curta temporada, como o Airbnb, realizou sua décima reunião na Câmara do Rio nesta segunda-feira (1º). Desta vez, os convidados foram administradores de condomínios. Eles chamaram atenção para a insegurança provocada pela alta rotatividade causada pela atividade de aluguel por curta temporada.
Presidente da comissão e autor do projeto de lei que prevê a regulamentação dessas plataformas, o vereador Salvino Oliveira (PSD) questionou os participantes sobre o aumento dos conflitos condominiais diante da popularização desse tipo de aluguel.
Condomínios despreparados para a atividade
O advogado André Luiz Junqueira, que atua junto a 120 imobiliárias e quase 5 mil condomínios, afirmou que muitos prédios não estão preparados para receber pessoas desconhecidas.
“Há vários condomínios adaptados para essa atividade e outros não. Naqueles que não estão adaptados, nós vemos situações terríveis. Naquele mais adaptado, não tem aquele incômodo maior dos vizinhos. Com o ‘boom’ dos últimos 10 anos, os desafios têm sido outros. Hoje, potencialmente você consegue alugar os 365 dias do ano, o que é bom do ponto de vista do turismo e fruição da propriedade”, explicou.
Regras e assembleias
Já a administradora Anna Carolina Chazan ressaltou a dificuldade de cada condomínio criar regras próprias por meio de assembleias. Além disso, defendeu que uma eventual regulamentação leve em conta as particularidades de cada prédio, de modo a garantir decisões mais democráticas entre os condôminos.
“Se todas as vezes o condomínio tiver que fazer ajustes em sua convenção, isso vai engessar e burocratizar o processo. Minha única observação é que isso seja um pouco mais flexível. Para que cada condomínio adeque de acordo com a sua realidade, deixando mais democrática a decisão entre os condôminos. Alguns itens cada condomínio vai ter que regulamentar internamente, por meio de assembleia”, afirmou.
Custos com segurança
Depois de ouvir os convidados, Salvino Oliveira concluiu que, nos condomínios onde já há alguma norma para a locação de curta temporada, os conflitos diminuem. No entanto, ele também alertou para o aumento dos custos com medidas de segurança.
“Onde houve algum tipo de regulamentação, as coisas estão bem. No caso de outros, todos pagaram por aqueles que exercem uma atividade comercial. Se vai aumentar a segurança do condomínio com câmera de reconhecimento, cerca elétrica, segurança armada, o condomínio inteiro paga. Esse custo é por conta da alta rotatividade”, acrescentou.
Também participaram da reunião a administradora Geisa Kaufman e os vereadores Deangeles Percy (PSD) e Pedro Duarte (Novo).
O que diz o Airbnb
Na semana passada, o Airbnb declarou que a segurança da comunidade é prioridade para a plataforma. A empresa informou que investe continuamente em ferramentas para garantir experiências tranquilas a hóspedes, anfitriões e vizinhos.
Além disso, disse apoiar o cumprimento das regras de convivência estabelecidas pelos condomínios e zelar pela aplicação delas. O Airbnb destacou ainda que acredita que o diálogo é o melhor caminho para todos.
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